Essa semana o prefeito Tião Bocalom comemorou nas redes sociais os R$ 31 milhões garantidos pela bancada federal para erguer um novo Terminal Urbano e um edifício‑garagem, mas a realidade de quem depende dos ônibus em Rio Branco continua sendo veículos quebrados, frota sucateada e espera interminável nos pontos. Enquanto posa como gestor de grandes obras, o prefeito segue sem entregar o básico: um sistema de transporte coletivo minimamente confiável, com mais de três anos de contratos emergenciais e promessas de modernização que nunca saem do papel.
O contraste é gritante. Bocalom foi eleito prometendo “abrir a caixa‑preta” do transporte, mas a única caixa efetivamente aberta é a lataria cansada dos ônibus que circulam lotados, sem ar‑condicionado e com constantes panes mecânicas. Em vez de priorizar renovação da frota, licitação transparente, metas de qualidade e fiscalização dura sobre a atual empresa, o prefeito prefere anunciar um terminal novo, que corre o risco de virar monumento ao improviso: bonito nas fotos, inútil no dia a dia de quem madruga para trabalhar.
Ao transformar o terminal em vitrine política, a gestão inverte a lógica da mobilidade urbana. Sem ônibus pontuais, seguros e em número suficiente, qualquer investimento em infraestrutura vira maquiagem cara sobre um serviço falido. Rio Branco precisa de planejamento, transparência nos contratos e respeito ao usuário – não apenas de um cenário novo para os mesmos velhos problemas circularem sobre quatro rodas.

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