O Partido Liberal (PL) articula uma ofensiva diplomática em defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente presa na Itália após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça e inserção de documentos falsos. A legenda prepara uma carta que será enviada à Procuradoria-Geral e ao Ministério da Justiça italianos, na qual pretende apresentar Zambelli como vítima de perseguição política no Brasil. O documento também destacará a votação expressiva da parlamentar nas últimas eleições e fará menção ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A estratégia do PL inclui ainda um paralelo com o caso do blogueiro Oswaldo Eustáquio, cuja extradição foi negada pela Espanha em abril deste ano sob alegação de motivação política no pedido brasileiro. A carta será entregue pelo deputado Coronel Meira (PL-PE), que está em viagem à Europa. A expectativa é de que o material seja anexado ao processo de extradição de Zambelli, que tramita na Justiça italiana. O prazo para uma decisão inicial sobre o destino da deputada é de 48 horas, podendo resultar em sua permanência sob custódia, liberação com medidas cautelares ou início do processo de extradição.
Zambelli, que possui cidadania italiana, deixou o Brasil após a condenação e buscava apoio político no exterior. A defesa sustenta que o processo no STF teve viés político, argumento que será reforçado na comunicação oficial do PL às autoridades italianas. O caso agora depende da análise jurídica e diplomática do governo italiano, que poderá levar semanas ou até meses para uma definição. Enquanto isso, a deputada segue detida, e o partido intensifica os esforços para evitar sua extradição ao Brasil.
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