O líder indígena Isaka Ruy Huni Kuî se apresentou voluntariamente à Polícia Civil de Feijó, no Acre, na última quarta-feira (9), após ter a prisão preventiva decretada no fim de junho. Ele é acusado de estupro pela turista chilena Loreto Belen, que esteve na comunidade indígena entre maio e junho deste ano. Acompanhado de advogados, Isaka prestou depoimento ao delegado Dione Lucas, negando as acusações e alegando desconhecimento da denúncia até ser informado por sua defesa. Após audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (10), ele foi liberado pela Justiça.
Segundo a denúncia, Loreto teria sido abusada sexualmente em pelo menos três ocasiões durante sua estadia na aldeia, sendo o último episódio em 17 de junho. A turista relatou os fatos à polícia e também nas redes sociais, afirmando que decidiu tornar o caso público para evitar que outras mulheres passem pela mesma situação. O delegado responsável afirmou que ainda há diligências em andamento, incluindo a tentativa de localizar o celular da vítima, que desapareceu após o suposto crime. Isaka confirmou que teve uma conversa privada com Loreto, mas negou qualquer ato de violência.
A investigação segue com o depoimento de testemunhas, incluindo turistas que participaram da vivência na floresta. O delegado já ouviu cinco pessoas e pretende ouvir a vítima novamente antes de concluir o inquérito. O caso levanta discussões sobre segurança em experiências de turismo cultural em comunidades tradicionais e a necessidade de protocolos mais rígidos para proteger visitantes e moradores. A defesa do líder indígena informou que só se manifestará oficialmente após o encerramento da fase inicial do processo.