O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optou por não comentar a sanção imposta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelos Estados Unidos, por meio da Lei Global Magnitsky. Ao deixar a sede do Partido Liberal, em Brasília, nesta quarta-feira (30), Bolsonaro limitou-se a dizer: “Não tenho nada com isso”, evitando se aprofundar sobre o tema. A medida norte-americana, que restringe o acesso de Moraes a bens e serviços em território americano, foi articulada por aliados do ex-presidente, incluindo seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Apesar de estar sob medidas cautelares que o impedem de utilizar redes sociais, Bolsonaro tem evitado entrevistas, mesmo após Moraes afirmar que não há impedimentos legais para que ele se manifeste publicamente. Durante sua passagem pela sede do PL, o ex-presidente também não comentou a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), detida recentemente e com depoimento marcado para o início de agosto na Itália. A ausência de declarações reforça a estratégia de silêncio adotada por Bolsonaro diante de temas sensíveis envolvendo aliados e decisões judiciais.
Nos bastidores, Eduardo Bolsonaro tem atuado junto ao governo dos Estados Unidos para ampliar o alcance da Lei Magnitsky a outros ministros do STF, como Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes. A legislação, até então aplicada a casos de violações graves de direitos humanos, passou a ser usada como instrumento de pressão política. A sanção contra Moraes marca um episódio inédito nas relações entre o Brasil e os EUA, e levanta questionamentos sobre os limites da atuação internacional em assuntos internos do Judiciário brasileiro.