Em maio de 2025, Rio Branco alcançou um marco econômico relevante ao registrar inflação zero (IPCA 0,00%), tornando-se a capital brasileira com a menor variação de preços no período. O resultado reflete um equilíbrio entre pressões inflacionárias e deflacionárias em diferentes setores da economia local. Enquanto o grupo Habitação apresentou alta de 0,88%, puxado principalmente pela energia elétrica residencial, os grupos Transportes e Alimentação recuaram 0,43% e 0,21%, respectivamente, compensando as elevações e resultando em estabilidade no índice geral.
A análise do Índice de Difusão da Inflação (IDI), que atingiu 56,78%, mostra que mais da metade dos itens da cesta de consumo teve variação de preços, mas com efeitos compensatórios. Entre os principais destaques de alta estiveram a energia elétrica (+0,08 p.p.) e o contrafilé (+0,03 p.p.), influenciados por tarifas e custos logísticos. Por outro lado, o arroz (-0,07 p.p.) e os veículos novos (-0,04 p.p.) contribuíram para a queda, beneficiados por safra favorável e incentivos fiscais. A redução de 9,05 pontos no IDI em relação a abril indica menor disseminação inflacionária, com choques de preços mais concentrados.
Apesar da estabilidade no IPCA cheio, os núcleos inflacionários — que excluem itens voláteis e sazonais — permaneceram positivos (EX1: 0,11%; EX2: 0,23%; EX3: 0,22%), sinalizando pressões subjacentes ainda presentes. A desaceleração desses núcleos em relação ao mês anterior sugere tendência de moderação, mas o cenário exige atenção. As projeções para junho indicam possível aceleração moderada, entre 0,15% e 0,30%, influenciada por fatores sazonais e administrados. O monitoramento contínuo será essencial para preservar a estabilidade de preços na capital acreana.
