Prefeitura e Governo anunciam recapeamento de ruas em Rio Branco com emenda de R$ 40 milhões

Foto: Val Fernandes/Ascom


A Prefeitura de Rio Branco e governo do Acre anunciaram uma parceria para recapear cerca de 40 km de vias na capital, com mais de R$ 40 milhões de emenda parlamentar do senador Márcio Bittar, executada pelo Deracre. O prefeito Tião Bocalom, que durante anos se recusou a asfaltar ou manter as ruas do programa Ruas do Povo sob o argumento de que estariam “judicializadas”, agora parece disposto a voltar atrás — movimento que, em meio a especulações sobre uma possível candidatura ao governo do estado, soa mais como ajuste eleitoral do que como mudança de postura.​

Durante audiências públicas e entrevistas, Bocalom repetiu que a prefeitura não poderia intervir nas vias do Ruas do Povo por conta de “trava jurídica” e “responsabilidade administrativa”, alegando que o estado gastou mal o dinheiro e deixou as ruas em péssimo estado. O Ministério Público do Acre, no entanto, já esclareceu que não há decisão judicial impedindo a prefeitura de fazer manutenção ou recapeamento nessas vias, o que transforma a recusa em escolha política, não técnica. Agora, ao anunciar parceria com o estado para recapear ruas da capital, o prefeito não destacou explicitamente que as obras incluirão as vias do Ruas do Povo, mas tudo indica que essa parceria possa ser usada também para esse fim — o que, na prática, desmonta o argumento de que essas ruas estariam intocáveis.​

A mudança de discurso contrasta com a situação financeira da gestão municipal. Em 2025, Bocalom afirmou que a prefeitura tinha “dinheiro em caixa” e poderia executar obras com recursos próprios, chegando a destacar investimentos pesados em grandes projetos urbanos. No entanto, o orçamento de 2025 mostra um cenário de austeridade, com abertura de créditos suplementares de mais de R$ 7 milhões e necessidade de firmar parcerias para garantir o básico: manter as ruas da capital trafegáveis. Em vez de usar o caixa para resolver o problema das vias do Ruas do Povo, a gestão optou por priorizar emendas e obras pontuais, enquanto a população continua convivendo com buracos e asfalto degradado em bairros que dependem do poder público para se locomover.

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