MPAC investiga desaparecimento de acervo histórico de Chico Mendes

O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) instaurou uma investigação sobre o desaparecimento do acervo documental e pessoal do líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes. A medida foi tomada após representação encaminhada pelo Ministério Público Federal (MPF), que apontou o sumiço do material durante uma reforma na Biblioteca da Floresta, em Rio Branco. A instituição era responsável pela guarda do acervo, composto por objetos e documentos que registram a trajetória de Mendes, assassinado em 1988 em Xapuri.

A apuração será conduzida pela 1ª Promotoria de Justiça Especializada de Habitação e Urbanismo e Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural. O MPAC trata o caso como notícia de fato, etapa inicial que pode resultar na abertura de um procedimento investigativo formal. O desaparecimento do acervo levanta preocupações sobre a preservação da memória de Chico Mendes, cuja atuação em defesa da floresta amazônica e dos direitos dos povos da floresta ganhou reconhecimento internacional. O material desaparecido é considerado de alto valor histórico e cultural.

Chico Mendes foi uma das figuras mais emblemáticas da luta ambiental no Brasil. Líder sindical e defensor dos seringueiros, tornou-se símbolo da resistência contra o desmatamento e a exploração predatória da Amazônia. Seu legado permanece vivo em movimentos sociais, instituições ambientais e na história política do Acre. A investigação do MPAC busca esclarecer as circunstâncias do desaparecimento e garantir a responsabilização dos envolvidos, além de recuperar, se possível, os itens que compunham o acervo. O caso reacende o debate sobre a importância da preservação da memória de líderes populares e da gestão adequada de bens culturais.

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