Hospital Regional do Alto Acre pode responder judicialmente por negligência em caso grave de paciente com tumor raro


O Hospital Regional do Alto Acre, em Brasiléia, está sob investigação do Ministério Público do Acre (MPAC) por possível negligência médica e outras infrações à legislação sanitária, após uma paciente ser atendida diversas vezes com sintomas graves e recorrentes, sem diagnóstico conclusivo. A mulher, que apresentava sinais compatíveis com Acidente Vascular Cerebral (AVC), foi posteriormente diagnosticada em Rio Branco com feocromocitoma — um tumor raro e potencialmente letal na glândula adrenal. O caso levanta suspeitas de omissão de socorro, negativa de acesso a prontuários e descumprimento de protocolos clínicos.

Segundo relatos documentados, a paciente buscou atendimento no hospital desde março de 2025, com sintomas como paralisia facial, dores de cabeça intensas, taquicardia e hipertensão. Apesar da gravidade, os atendimentos se limitaram à aplicação de analgésicos, sem exames de imagem ou encaminhamentos adequados. Em uma das visitas, mesmo após desmaiar, a paciente foi liberada sem investigação aprofundada. A situação só foi revertida após intervenção da Secretaria de Saúde de Epitaciolândia, que providenciou o transporte para a capital, onde exames revelaram um coágulo cerebral e o tumor adrenal.

O caso pode resultar em responsabilização civil, penal e administrativa do hospital e dos profissionais envolvidos. Entre as possíveis infrações estão negligência médica, omissão de socorro, violação do direito ao prontuário e falhas na administração de medicamentos. O MPAC avalia ainda a abertura de ação civil pública e a comunicação aos conselhos profissionais. A situação expõe falhas graves no atendimento hospitalar em cidades do interior e reforça a necessidade de fiscalização rigorosa e respeito aos direitos dos pacientes no sistema público de saúde.




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