O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) foi alvo de uma reestruturação institucional determinada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), após constatação de irregularidades na gestão anterior, liderada pela médica Leuda Dávalos. A medida foi deliberada em plenária extraordinária, realizada com a presença do presidente do CFM, Dr. Hiran Gallo, que veio pessoalmente ao estado acompanhado de sua equipe técnica. A decisão ocorreu diante de denúncias administrativas e judiciais, incluindo contratos sem licitação e possíveis desvios de finalidade em reformas prediais. O caso ganhou contornos ainda mais graves após ameaças feitas por aplicativo de mensagens ao presidente do CFM e à conselheira federal Dra. Dilza Ribeiro, atribuídas ao vereador Zemar Jerônimo, irmão da presidente destituída.
A documentação apresentada ao colegiado apontou falhas como fracionamento indevido de despesas para justificar dispensas de licitação, além de alterações no escopo de contratos de manutenção que beneficiaram imóveis não pertencentes ao CRM-AC. As reformas realizadas em Cruzeiro do Sul, em um imóvel recém-locado e fora do patrimônio da autarquia, levantaram suspeitas sobre a legalidade dos atos administrativos. As denúncias também indicam tentativa de obstrução das investigações por parte da então presidente e do advogado do órgão, levando à abertura de processo administrativo.
A nova diretoria foi definida em plenária no dia 28 de julho e divulgada oficialmente no site do CRM-AC. Composta por oito profissionais, entre eles Thadeu Moura como presidente interino e Vinicius Gresser como vice, a gestão atual busca restabelecer a normalidade e os princípios éticos da autarquia. Médicos ouvidos pela reportagem acreditam que, com a nova composição, o Conselho retomará seu papel institucional junto à classe e à sociedade. O caso segue em apuração, enquanto o CRM-AC tenta reconstruir sua credibilidade diante da comunidade médica acreana.