O Bairro 15, um dos mais antigos de Rio Branco, carrega em suas ruas histórias que se confundem com a própria origem da capital acreana. Entre as memórias mais marcantes está o famoso Bar da Luz Vermelha, um ponto de referência na década de 60 e 70, localizado à beira do Rio Acre. Conhecido oficialmente como Bar do Raimundo, o estabelecimento ganhou notoriedade pela luz vermelha que acendia todas as noites, sinalizando o início de suas atividades.
A luz vermelha não era apenas um adorno, mas um símbolo que dividia a rotina do bairro. Quando acesa, indicava que era hora das moças de família e mulheres casadas se recolherem, enquanto as "putas de barranco", como eram conhecidas as prostitutas que frequentavam o local, assumiam o espaço. O bar se tornava um dos maiores pontos de prostituição da região, atraindo homens em busca de prazer e diversão. A presença da luz vermelha também gerava um estigma, fazendo com que muitas mulheres evitassem passar perto do bar após seu acendimento para não serem confundidas com as frequentadoras do local.
O Bar da Luz Vermelha foi palco de muitas histórias, algumas trágicas e outras de esperança. Relatos de abortos, doenças sexualmente transmissíveis e promessas não cumpridas contrastam com casos de mulheres que conseguiram mudar de vida, como a entrevistada R.L., que se casou com um policial militar frequentador do bar. Hoje, o local onde o bar funcionava está sendo transformado em uma orla, parte de um projeto governamental que busca revitalizar a área. Embora a estrutura física do bar esteja desaparecendo, as memórias e histórias do Bar da Luz Vermelha continuam vivas na lembrança dos moradores do Bairro 15.


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